domingo, 15 de janeiro de 2017

10º GRAU - A OPERÁRIA NO PAÍS DAS MARAVILHAS


Há dias, como hoje, em que vou lá a baixo 'só' buscar qualquer coisa. "Ver que trapilho para lá tenho para o teu tapete." Disse eu a Mecânico, antes do almoço.

Ele deixa-me ir. E deixa-me para lá quando por lá me perco como a Alice na toca do coelho. Que é coisa que aprecio nele. O facto de não me perguntar qual a demora a ver trapilho que é coisa que se faz num quarto de hora. Não. Ele deixa-me lá sabendo bem que me perdi. Que me desviei há muito do objectivo que lá me levava. Ele trata do resto sabendo que já me perdi nas fitas, nos tecidos e nas linhas. Aparece só quando acha que já são mais do que horas de eu comer alguma coisa*. Altura em que bate no batente da porta para que eu não me assuste e me pergunta com o sorriso de lado pelo trapilho que ía buscar. Eu peço-lhe um cigarro e mostro-lhe o que estive a fazer**. Ajuda-me a acabar e voltamos os dois para cima. Retirada gentilmente da toca do coelho e de volta às minhas pessoas e ao mundo. Sem traumas, sem brusquidões, sem recriminações. 

*Ou então quando desconfia que estou a brincar com a pistola de cola quente cujo o uso me está vedado sem supervisão desde uma mísera queimadura em 2º grau. Um exagerado é o que é...

** Nas resoluções de ano novo, decidi cortar no desperdício de papel nos guardanapos que eram usados cá em casa. Especialmente, porque tenho dezenas de guardanapos de pano. Para não baralhar quem limpa a beiçola onde, fiz umas argolas personalizadas para cada um. Aqui usadas com a toalha e os guardanapos tingidos na máquina!

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